Uma pane generalizada afetou, na madrugada desta sexta-feira (19), sistemas de diversos aeroportos, bancos e redes de telecomunicações, provocando o cancelamento de voos e tirando canais de notícias do ar. As causas da interrupção ainda estão sendo investigadas.
Segundo informações preliminares, uma possível razão seria uma atualização defeituosa do provedor de segurança cibernética CrowdStrike. À rede americana NBC, a companhia disse que passou por uma grande pane após a implementação de uma atualização de sistema.
O incidente teria sido a causa de um problema generalizado de "Tela Azul da Morte" que afetou milhares de máquinas Windows em todo o mundo, causando transtornos em bancos, companhias aéreas, emissoras de TV, supermercados e outras empresas. Servidores também ficaram offline, impedindo que computadores fossem iniciados corretamente. A solução da CrowdStrike é amplamente utilizada por empresas para garantir a segurança de seus sistemas baseados em Windows.
O apagão foi registrado nos Estados Unidos e em países da Europa, Ásia, África e Oceania. Ainda não há relatos de que o incidente tenha afetado diretamente o Brasil. O governo da Austrália afirmou, em comunicado, que o problema teria ligação com a CrowdStrike. Os serviços de nuvem da Microsoft também pararam, mas foram restaurados ainda na madrugada. No entanto, muitos usuários continuaram a relatar problemas.
As ações de ambas as empresas operavam em baixa nas negociações de pré-mercado na manhã desta sexta-feira. Aeroportos e companhias aéreas estão emitindo avisos em massa de atraso aos passageiros. No Reino Unido, o aeroporto de Gatwick confirmou que está enfrentando problemas desde cedo, afetando os sistemas de check-in, bagagem e segurança de algumas companhias aéreas.
"Estamos usando nosso sistema de backup, mas alguns passageiros podem enfrentar atrasos no check-in e na passagem pela segurança. Os passageiros ainda devem chegar no horário normal de check-in, que é geralmente duas horas antes do voo para voos de curta distância e três horas para voos de longa distância", afirmou o aeroporto em comunicado.
Na Austrália, a companhia aérea Qantas informou que seus voos ainda estão operando com alguns atrasos. A Air New Zealand relatou um alto volume de chamadas de clientes e aconselhou as pessoas a entrarem em contato apenas com os agentes de atendimento ao cliente se tiverem voos nas próximas 48 horas. A companhia informou que alguns clientes podem enfrentar problemas de pagamento se forem clientes de bancos afetados. Já o canal Sky News chegou a ficar fora do ar por dificuldades em fazer transmissões ao vivo. Além disso, sistemas de computadores do serviço público de saúde caíram.
Na África do Sul, um dos maiores bancos do país confirmou que também enfrentava problemas e paralisou todos os serviços a clientes. Em Hong Kong, a Cathay Pacific informou às 3h45, no horário de Brasília, que os quiosques de check-in automáticos no Aeroporto Internacional de Hong Kong não estão funcionando. A Autoridade Aeroportuária afirmou que as aéreas mudaram o procedimento de check-in para manual e que voos não chegaram a ser afetados.
Nos Países Baixos, o braço holandês da Air France-KLM suspendeu a maior parte de suas operações. O aeroporto de Schiphol, em Amsterdã, foi afetado pela falha nos sistemas da Microsoft, interrompendo voos de chegada e partida.
Na Alemanha, o aeroporto de Berlim interrompeu temporariamente todos os voos devido a uma falha técnica, segundo informações da Reuters. Os serviços de check-in já foram restabelecidos, mas os atrasos deverão se prolongar. Quatro companhias aéreas que operam no aeroporto de Hamburgo também estão enfrentando problemas, mas as interrupções "estão sendo gerenciáveis", segundo comunicado. Ao menos dois hospitais do país também cancelaram cirurgias eletivas.
Em Paris, França, os centros de credenciamento de imprensa, que já estão abertos para os Jogos Olímpicos que começam na próxima semana, também foram atingidos pelo apagão, segundo informações da Reuters.