Depois de impactar o clima a nível mundial durante o segundo semestre de 2023 e o início de 2024, parece que a manifestação do El Niño está chegando ao fim. De acordo com Nota Técnica elaborada pelo Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) e publicada pela Casa Civil, há 90% de probabilidade da La Niña substituir o fenômeno a partir de julho — também no Brasil.
"Apesar de atualmente estar classificado como forte, a intensidade do fenômeno deve mudar de moderada para fraca nos próximos meses com possibilidade de formação do La Niña no segundo semestre", comunicou o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Em fevereiro, a NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica) já havia indicado essa possibilidade. Por meio de modelos climáticos, a organização previu um enfraquecimento do El Niño até um estado neutro entre os meses de abril e junho. Então, a chegada do fenômeno La Niña a partir de junho.
Sobre o fenômeno La Niña
Enquanto o El Niño ocorre quando há o aquecimento das águas do Pacífico, La Niña se refere ao resfriamento da porção equatorial central deste oceano. Contudo, assim como seu parente próximo, o fenômeno impacta o clima global.
Isso porque o fenômeno fortalece os ventos alísios, que são massas de ar quente e úmido que se deslocam para regiões de baixa pressão atmosférica pela região equatorial da Terra.
Assim, as águas quentes são empurradas em direção à Ásia. Como resultado, as águas superficiais do Pacífico ficam mais frias que o normal.
Também durante La Niña, as mudanças nas temperaturas do Pacífico afetam os padrões de chuva tropical desde a Indonésia até a costa oeste da América do Sul.
Em geral, os eventos de La Niña acontecem a cada 3 a 5 anos, mas ocasionalmente podem ocorrer em anos sucessivos – o que é o caso desta vez. A última manifestação do fenômeno começou em 2020 e se neutralizou em meados de 2023, pouco antes do El Niño dar as caras.
Impactos no Brasil
No Brasil, o La Niña tende a aumentar a quantidade de chuvas na porção Norte do país, especialmente na Amazônia. Por isso, é comum ter inundações e aumento do fluxo dos rios da região.