Segundo a presidente do Conselho Curador da Fuvest e vice-reitora da USP, Maria Arminda do Nascimento Arruda, a mudança vem para valorizar o papel das mulheres na literatura, não apenas como personagens, mas como autoras. "Muitas delas foram alvo de décadas de invisibilidade pelo fato de serem mulheres", disse.
O diretor executivo da Fuvest, Gustavo Ferraz de Campos Monaco, explicou que a lista de leitura obrigatória da Fuvest é uma lista que procura recolocar autoras que tiveram ou têm sua importância no lugar onde deveriam estar nos últimos anos."Talvez elas tenham estado ausentes da lista de leitura obrigatória, mas nossa intenção nesse movimento foi o de tornar a lista representativa de um grupo que por diversas razões acabou ficando marginalizado na divulgação das suas obras, do seu modo de ver o mundo e do seu modo de descrevê-lo", disse.
As obras de leitura obrigatória para o vestibular de 2025 continuam as anunciadas: Marília de Dirceu (Tomás Antônio Gonzaga), Quincas Borba (Machado de Assis), Os Ratos (Dyonélio Machado), Alguma Poesia (Carlos Drummond de Andrade), A Ilustre Casa de Ramires (Eça de Queirós), Nós Matamos o Cão Tinhoso! (Luís Bernardo Honwana), Água Funda (Ruth Guimarães), Romanceiro da Inconfidência (Cecília Meireles) e Dois Irmãos (Milton Hatoum).
Segundo a Fuvest, a partir de 2029, autores da literatura brasileira e de língua portuguesa voltam a aparecer na lista, com Machado de Assis, Erico Verissimo e Luís Bernardo Honwana. Nessa lista também aparecem quatro obras escritas por autoras e autores negros, além de Incidente em Antares, de Erico Verissimo, escolhida por representar a literatura fantástica.
Os livros escolhidos para o período do exame de 2026 são Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta; Nebulosas (1872) – Narcisa Amália; Memórias de Martha (1899) – Julia Lopes de Almeida; Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz; O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen; As meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles; Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane; Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo; A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida; João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz; A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector; Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen.
Fonte: AgĂȘncia Brasil